domingo, 23 de dezembro de 2012

Então é Natal...

And what have you done...

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Mais um ano chega ao fim e fica a certeza de termos cumprido nossa missão.

Trabalhamos seriamente, cuidamos, curamos, ajudamos, aprendemos, ensinamos, ouvimos, refletimos, esperamos, sonhamos, enfim, nos entregamos à vida… com muita fé em Deus e tentando fazer a nossa parte desta missão.

Fizemos da vela e da arte da navegação um ponto de encontro e de união da família que eu espero dure por muito. Se hoje estou aqui é por que aprendi e segui os ensinamentos do meu velho pai, seu Tito, um verdadeiro caiçara transformado em didata e professor. 

Agradeço a Deus as bênçãos recebidas e aos amigos e familiares o amor e carinho devotados aos sonhos e a nossa família.

Desejo a TODOS um Natal repleto de Paz e Alegria e aos navegadores um 2013 com bons ventos e águas tranquilas.

Nos vemos na BIG!!

 

Paulo e família

 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Foi assim mesmo ...

É pessoal, foi assim mesmo, uma grande e deliciosa velejada voltando da Ilha Grande para Paraty no último dia 18/11.

Valeu para lavar a alma e conhecer cada vez mais as manhas do meu Bepaluhê.
Os ventos eram de 8-10 kt vindos de SW no canal da Ilha Grande e depois rodou para SE, permitindo uma velejada em orça folgada até perto da ilha da Bexiga como já relatei no post anterior.

Espero que vocês curtam como nós a velejada e o vídeo.



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quase Cinquentão

Olá amigos,

 

Eu sei, eu sei … eu ando em falta com vocês. Faz mais de dois meses que não dou notícias e não posto nada no blog.

Eu, pessoalmente detesto quando fazem isto comigo e por isto fica aqui meu pedido de desculpas a todos os amigos e leitores do blog.

A família anda bem e sem problemas de saúde, mas foi a falta de boas velejadas que me deixaram distante do blog.

Mas agora tudo voltou ao normal, temos uma programação de fim de ano e início de 2013, se Deus quiser, cheia de boas navegadas e muitas milhas sob o casco do Bepaluhê.

Recomeçamos neste último feriadão do 15 de novembro com uma deliciosa velejada até a Ilha Grande. Para nós era tudo novo, os mares, a Ilha em si, as praias, os bares e tudo mais.

Para mim, que este mês cumpro 49 anos, não poderia ganhar um presente de aniversário melhor que este. E tudo correu conforme o combinado, boas velejadas, família unida curtindo o barco e as velejadas. Infelizmente desta vez o Paulinho não pode ir pois continua rachando de estudar e fazendo as provas de vestibular. 

Chegamos em Paraty no dia 14 a noite e antes de dormir aproveitei para testar a conexão do PC com a Chartplotter e correu tudo bem!! Transferi as duas rotas que eu havia preparado no computador e deixei tudo pronto para o dia seguinte. Fizemos um breve lanche, arrumamos tudo no barco e logo fomos dormir.

Dia 15/11

O  dia  amanheceu meio esquisito, parcialmente nublado, mas lá pelas 10 hs um vento SE de 8-10 kt já apareceu. Tomamos café, terminamos de arrumar algumas coisas no barco e demos saída na Marina do Engenho rumo a enseada do Sítio Forte na Ilha Grande. Nossa previsão era de 4 dias fora, e estávamos abastecidos de alimentos e combustível para os 4 dias. A única coisa que certamente faltaria seria água, pois minhas meninas ainda não aprenderam a arte da economia de água. 

 

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Fui seguindo a derrota traçada e perto da Ilha do Mantimento já aproei contra o vento e subi a mestra no primeiro rizo, isto pois o vento SE já se mostrava persistente na casa do 12-14 kt e eu queria uma travessia tranquila para a família num começo de feriadão. É verdade que eu tb queria sentir um pouco o barco com área vélica reduzida. Abri toda a genoa e assim seguimos mantendo uma velocidade de 5 kt. 

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Aos poucos percebi que a derrota traçada me colocava num ângulo de orça muito apertado entre 25-30 graus por boreste e então resolvi arribar um pouco e seguimos uma rota com orça folgada de 30-60 graus até quase a proximidade da enseada do Sítio Forte.

 

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 O vento se manteve constante e permitiu uma velejada deliciosa, com tempo nublado e vento frio. Fizemos a travessia em 5 hs "porta a porta" e chegamos na Ilha Grande realizados mas com o estômago roncando de fome. Como já tinha deixado tudo preparado, em menos de uma hora já estava saindo uma deliciosa paella que todos apreciamos e raspamos a panela. 

Fiz minha cesta remando até a praia para brincar com a Helo, minha filha pequena. "Não basta ser pai…"

O entardecer foi lindo e logo descortinou uma paisagem que ficaria marcada sobre nós, não a da beleza natural da Ilha, mas a do contraste com a evolução industrial e econômica do país, retratada na imensa plataforma de petróleo e do navio de perfuração que batiam a nossa porta. A noite caiu e mais uma vez ficamos de boca aberta, aquele navio mais parecia uma árvore de natal, cheia de luzes e brilhos, que à noite, escondiam e mascaravam a agressão que eles representam a natureza.

 

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Assistimos um "filminho" no dvd e fomos dormir.


Dia 16/11

Depois de uma boa chuva a noite, o sol começou a brilhar suavemente, e lá pelas 10 hs já tínhamos um bom mormaço. arrumamos tudo no bote e fomos curtir a praia de Ubatubinha, ali bem perto do Quiosque do Lelé.

 

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Foi um dia ótimo com muitas brincadeiras na praia e depois do almoço, no Lelé é claro. Um fato inusitado foi encontrarmos um pingüim perdido ali na praia.

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Depois do almoço fomos curtir um pouco o barco a rede e um descanso merecido, do que eu não sei, mas descansamos!

 

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A noite chegou bem estrelada e deu para admirar o céu e o contraste com a árvore de natal da petrobrás ali na frente.


17/11

Sábado estranho, amanheceu chovendo e depois foi firmando nublado mas sem chuva.

Como os tanques de água já estavam meio baixos aproveitei para abastecer de água ali mesmo no Lelé antes antes de partir. Para um novato naquelas águas achei fantástico poder abastecer em uma poita, rsrsrsrs. Tinha até fila de barcos!!

Saímos do Sítio Forte lá pelas 11hs e seguimos motorando até a enseada do Abraão na qual chegamos por volta das 13 hs. Ancoramos bem perto do pier onde atraca o Ferry Boat que faz o transporte do continente, um local um pouco mexido, com muitos barcos se movimentando e um swell entrando todo o tempo, mas como não pretendíamos ficar ali para dormir, valeu por estarmos perto para desembarcar com o bote na praia.

Preparamos um bom almoço (Macarrão com camarão e alho porró) e logo descemos.

Demos um rolê pela vila do Abraão, tomamos um sorvete bem gostoso ali na "Sorveteria Finlandês", caminhamos um pouco e voltamos para o barco. 

Como ainda era cedo resolvemos suspender e rumar para conhecer outro "point" da Ilha Grande: o Saco do Céu. Que lugar lindo e pitoresco!!

Natureza pura, restaurante dentro da água, restaurante fora da água, mais de 25 veleiros ancorados, outras tantas lanchas, lanchinhas e lanchonas. A noite chegou e o céu nublado não nos permitiu apreciar a fama noturna desta ancoragem. 

Mas, se por uma lado não se via o céu estrelado, por outro, pode-se apreciar o brilho das luzes de tops de mastro, neons de lanchas, luzes de restaurante e tudo mais. Bem divertido devo confessar. 

Para terminar a noite um joguinho de baralho a três para divertir e cama.

 

Dia 18/11

Dia de retornar para Paraty. Dia de sol!!

Saímos cedo da ancoragem e fomos em busca de uma praia para caminhar e nos exercitar um pouco. Ancoramos logo depois da enseada das estrelas, ali na praia de fora. Ondulação alta e incomoda, 4 metros de profundidade, mas suficiente para o que queríamos. Descemos logo para a praia e enquanto a Heloisa brincava na areia fomos nos revezando nas caminhadas. Ficamos ali uma hora e meia e logo suspendemos âncora e iniciamos a travessia de volta a Paraty.

Esta travessia merece um relato especial: que velejada maravilhosa!!! 

Mestra e genoa todas abertas, vento inicialmente de SW no canal, rondando para SE depois, sempre ao redor de 9-10 kt, constantes, garantindo uma velejada dos Deuses. Seguimos tranquilos, mantendo 5,5-6 kt de velocidade com vento variando de 30 a 90 graus por BB.

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Confesso que eu estava precisando dar umas velejadas como as que dei nestes dias. Queria sentir mais o barco e poder trimar as velas para cada situação. Fiquei muito feliz, deu ara sentir bem o barco o leme e confirmar o que já me haviam dito antes sobre os multichines do Cabinho: com velas bem trimadas o leme fica estável, quase não é preciso mexe-lo. 

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Enquanto isto, umas dormiam e outras aproveitavam o sol.

 

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Fizemos uma travessia de 4,5 horas, muito boa para a distância de quase 25 milhas. 

Chegamos na Baía de Paraty com calma e seguimos na vela até perto da Ilha da Bexiga quando o vento miou. Dali até a marina foi um pulinho.

Como só voltaríamos a São Paulo no dia seguinte, ainda pudemos aproveitar a noite em Paraty com um belo jantar para comemorar os meus 49 anos;

Sou quase um Cinquentão!!

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Até mais. 

 

 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Balonando em Angra

Olá pessoal, desta vez trago boas notícias, felizmente conseguimos estrear nossa vela gennaker.
Um lindo balão assimétrico azul com aproximadamente 66 mt2 de área.





Desde o início da construção do Bepaluhê havíamos lido uma matéria muito boa do Webb Chiles, na Cruizing World, na qual ele falava de um dos principais equipamentos que ele tinha em seu veleiro que era o enrolador de gennaker. Ele dizia que antes do enrolador raramente usava o balão assimétrico, mas depois de instala-lo ele passou a usar esta bela vela com muito mais freqüência.

Baseado em sua experiência e em algumas revisões de revistas que fizemos decidimos por construir um balão assimétrico já programado para ser usado com o enrolador da AssymFX da marca Facnor. E como o Bepaluhê não tinha previsto em seu projeto um gurupés para instalar este enrolador, optamos por utilizar o gurupés movel, retrátil, da Sparcraft, ao qual fixamos o enrolador.


A idéia foi muito boa e tanto a instalação do gurupés quanto a construção da vela foram feitas com maestria pelos responsáveis, mas a instalação do enrolador, cujo o responsável era eu mesmo, sempre ficava para depois ....

E assim foi por exatos 12 meses, desde que chegamos em Paraty com o barco. Mas aquela vela danada não perdia por esperar, sabia que em algum momento eu iria iça-la e vê-la voar.
Aproveitei que o barco estava docado na Tlaloc para revisão da capotaria e confecção de alguns novos detalhes, e pedi para o Dalmo (Tlaloc) preparar a vela e o enrolador e deixar tudo pronto para usar quando fosse possível.






E assim foi que neste último fim de semana, após um pernoite no Cedro, e um encontro com  dois grandes amigos para um almoço classe A+ ancorados na Ilha do Sandri, partimos com a situação ideal rumo a Angra, para o Fondue Náutico na Ilha Itanhangá.

Inicialmente, com vento na casa do 6-8 kt em orça de 30-40 graus, armei a grande com as duas velas de proa e o Bepaluhê andou a 3-4 kt. Constatei o que o Arnaldo da Cognac velas havia me falado anteriormente, que em orça mais apertada é melhor tirar a staysail para não estrangular o vento da genoa 1. Sem a staysail e com este vento franco e orça apertada para este barco, mantivemos 4 kt de velocidade.

Concluo que a técnica do "vou com as três"é boa para ventos mais folgados entre 40-90 graus.



Um pouco mais adiante, o vento melhorou e subiu para 8-11 kt, pela alheta de BE e depois pela alheta de BB, armei o gurupés, montei o enrolador e subi a vela toda enrolada. Após alguns minutos abri o balão e deixei a festa rolar... alegria pura, eu sorria igual a criança com bala e brinquedo novo.

Para minha alegria o barco se comportou muito bem, em especial por se tratar de um cruzeirão de alumínio com alma off-road.
Velejamos a 6-7,5 kt com vela grande e balão armados até quase chegarmos na Ilha Paquetá, quando já se fazia noite e baixamos todas as velas.

E assim foi que chegamos a Ilha Itanhangá para curtir uma deliciosa festa com muita música e um delicioso Fondue. Fica aqui meu agradecimento a Ana e ao Dalmo da Tlaloc pelo carinho com qual fomos recebidos.




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

GreenNomad arrasa na BIG!!

Olá amigos, enquanto eu preparo o vídeo da nossa última velejada quando estreamos nosso balão assimétrico em grande estilo, sugiro que vocês se divirtam vendo o lindo vídeo que o Luis Manuel (veleiro GreenNomad) preparou mostrando suas peripécias , SOLO, pela Baía da Ilha Grande.

O vídeo está muito bem editado e com excelente qualidade de gravação.
Quanto ao veleiro e seu comandante... sem palavras, o cara é fera mesmo. Dá um show de manobras e comando.
Vale a pena conferir no link: http://greennomadsail.com/?p=1861

Bos velejadas!!

sábado, 7 de julho de 2012

Yo no soy marinero, Soy Capitán

Hoje é dia de comemoração!!
O mais novo Capitão Amador no mercado  é este que vos fala… agora o Bepaluhê tem um Comandante e um Capitão de verdade e habilitado para tal.


Parabens ao amigo e Professor Carlos Polacco que nos conduziu nesta jornada, nos ensinando e conduzindo nossos estudos para atingirmos o êxito esperado.
Obrigado aos amigos e colegas da Turma de Abril do Curso da Porthos Náutica.
Um parabens especial aos novos capitães: MARCO ROMANO,  ANDRÉS RICARDO HAHN,  FABIO VIEIRA MOROZ e  JOSÉ MORENO RUIZ, meus colegas de turma.


E para comemorar a conquista e atender ao pedido do amigo Zeca de Santa Cruz, no Espírito Santo, preparei este pequeno vídeo que mostra algumas velejadas do Bepaluhê, um Multichine 41 com quilha retrátil (MC 41SK) projetado pelo Cabinho (Roberto Barros Yacht Design).


O vídeo é simples e mostra cenas do dia a dia de nossa família passeando. Ainda não tenho filmagens de velejadas com ventos mais fortes e situações mais técnicas. A nova vela genneker acabou de ser montada no enrolador e será testada em breve.


Espero que aproveitem!!










quarta-feira, 4 de julho de 2012

Prevenindo a eletrólise

Desde de que começamos as pesquisas para construir o Bepaluhê em alumínio, sempre vinha o questionamento sobre o risco de corrosão dos próprio casco pelo processo chamado eletrólise. 

O medo de algumas pessoas era muito grande, e ficava sempre no ar aquela dúvida sobre o que era, e como evitar este processo de corrosão tão temido. 

Logo fui buscar mais informações com quem entendia do assunto (Luis Manuel Pinho - Veleiro Green Nomad), e também em livros e posts de site e blogs especializados. Percebi então que o medo de algumas pessoas era baseado em mitos ou um pouco de desconhecimento no assunto, mas que o risco de corrosão do alumínio, como de qualquer outro metal, é real e deve ser encarado com seriedade por construtores e proprietários de barcos de alumínio.

O projeto já estava comprado e as plantas em minha mesa. As chapas já estavam empilhadas e em processo de corte.

1 Corte CNC 041

De pé sobre 6 toneladas de alumínio


Pesquisando descobri que grandes embarcações de trabalho (transporte de carga, de prospeção de petróleo e para expedições) e recreio (trawlers e veleiros de cruzeiro) no mundo inteiro eram feitos de alumínio e que a questão da prevenção da corrosão por eletrólise já era bem conhecida e estudada.  E mais ainda, que os mecanismos para prevení-la já existiam.

 

1 A Grande Virada 171

Alumínio bruto transformado num casco forte e de linhas suaves: o dia da grande virada!!

 

Mas o que é a tal da eletrólise:

da Wikipedia: "A eletrólise é um processo que separa os elementos químicos de um composto através do uso da electricidade. Resumindo, procede-se primeiro à decomposição (dissociação) do composto em íons e, posteriormente, com a passagem de uma corrente contínua através destes íons, são obtidos os elementos químicos. Em muitos casos, dependendo da substância a ser eletrolisada e do meio em que ela ocorre, além de formar elementos ocorre também a formação de novos compostos. O processo da eletrólise é uma reação de oxirredução oposta àquela que ocorre numa célula galvânica, sendo, portanto, um fenômeno físico-químico não espontâneo."

 

Outro ponto importante é entender quem esta sujeito a este processo, quero dizer, quais são os metais que podem sofrer este processo de decomposição, sofrer a oxiredução e perder seus íons para a água???

A resposta é que são muitos, alguns mais fortes que os outros, e outros mais fracos, com maior propensão ao processo. Mas um dos fatores de maior risco para a eletrólise e a corrosão é a capacidade de condução da corrente elétrica no meio no qual o barco esta, ou seja a água. E neste quesito, a água do mar, que é rica em eletrólitos, é um excelente condutor e coloca todas as embarcações metálicas que ali vivem, sob o risco de eletrólise.

Percebemos claramente que um dos grandes problemas vinha diretamente de terra, ou seja, que ligar o barco a eletricidade do pier nos deixava conectados aos outros barcos, criando uma corrente "de fuga" entre barcos e entre metais de potenciais elétricos diferentes. 

 

Percebe-se então que o alumínio está no meio da lista dos metais sujeitos a corrosão causada pela eletrólise, próximo ao ferro, ao zinco e ao manganês, e portanto necessita de cuidados especiais.

 

Mas quais são estes cuidados?
Evitar que a corrente elétrica existente no barco entre em contato com a água ao seu redor, criando a corrente contínua entre ambos e as condições necessárias para eletrólise.
No fundo é assim, o barco tem que estar eletricamente o mais isolado possível do ambiente ao seu entorno.
 
Aprendi  que era possível criar um ambiente eletrizado no interior do barco e isola-lo o máximo da água do mar.
 
Começamos o trabalho buscando o isolamento do motor e descobrimos que a Yanmar já possuía um sistema chamado "bipolar"e destinado a motores de barcos metálicos.  O objetivo era evitar cargas elétricas de fuga do motor entrando em contanto com o casco.
Assim, isolamos a base do motor com calços isolantes e realizamos a instalação elétrica do "kit bipolar" . 
 
Outro passo importante foi a confecção do painel elétrico AC em 220 com disjuntores bipolares para facilitar este conceito de energia "flutuante" , que não descarrega na água todo o polo negativo.
 
A seguir, buscamos realizar a instalação do eletrônicos da forma mais precisa e segura possível, aterrando os ítens indispensáveis, como rádio SSB,  e deixando-o ligado somente quando necessário. Desta maneira, conseguimos criar um barco energizado no interior, mas com mínima fuga de corrente através do casco metálico.
Para comprovar esta tese, realizamos diversas medidas de diferencia de potencial elétrico em várias partes do casco e observamos que realmente temos uma instalação elétrica eficiente .
 
Também utilizamos um aparelho chamado Transformador/Isolador que isola a corrente AC-220 do pier (shorepower) da corrente AC 220 interna do barco, reduzindo assim a corrosão do barco sempre que conectado a rede elétrica externa.
 

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Cérebro elétrico AC e DC do barco com o Transformador/Isolador ao centro 
 
 
E para checar se realmente nossa instalação está eficiente e  mais ainda, para poder checar continuamente e sempre que necessário, a presença da corrente galvânica de risco para nossa embarcação, instalamos um detector de corrente galvânica: chama-se Sentry log!! É um aparelhinho pequeno, que fica escondido por traz do painel elétrico, mas esta monitorando continuamente, através de 3 eletrodos soldados em locais diferentes do casco, a presença de corrente e eletrólise. 
 
 
 

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Caixa do eletrodo soldada ao casco


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Visão interna da caixa de um do 3 eletrodos 
 
 
 
Felizmente concluímos que nossa instalação esta adequada e que a corrente existente é mínima em várias situações. 
 
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Aparelho Sentry log testando a Zona 2 (casco sob o salão)
obs: notem a leitura 07 milivolts!!
 
 
Também foi necessário adequar os ânodos de sacrifício para o tipo de material do casco e para as suas dimensões. A princípio eu pensei que bastaria um ânodo grande no eixo do hélice e mais um ou dois ao redor… doce ilusão!!
 
Lendo livros de construção em alumínio descobri que o casco também precisava de ânodos para protege-lo.
 
Descobrimos que as embarcações da Petrobras utilizavam muito este tipo de ânodo e chegamos ao site:
http://www.boatzincs.com/anode_weight_calculation.html
 
que nos dava a fórmula para cálculo do pesos ânodos.
 
No Bepaluhê calculamos que deveríamos ter 11 a 12 kg de anos de zinco. Então mandamos fabricar uns anodos especiais cada um com 3 kg. 
 
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Bepaluhê no guincho para entrar na água pela primeira vez



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Detalhe de um dos quatro ânodos
 
 

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Isto é claro sem falar no ânodo do eixo!! 


Vale lembrar que os ânodos são feitos para serem corroídos, e que sua corrosão é a certeza de proteção das partes metálicas de nosso barco. Por isso recomenda-se sua inspeção periódica e caso eles não demonstrem sinais de corrosão devemos revisar nossas instalações elétricas e mecanismos preventivos de eletrólise. 

Os anôdos devem ser trocados quando demonstrarem sinais de corrosão superior a 70% ou 80% de sua superfície. 


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Vejam só o que pode ocorrer com nosso hélice, ou pior, com eixo e casco, se não prevenirmos adequadamente a eletrólise

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domingo, 17 de junho de 2012

Vou com as três

Olá amigos, 

Faz tempo que tenho me questionando sobre as vantagens e desvantagens da armação em "cutter" do  Bepaluhê, cheguei até a pensar em trocar a minha genoa 110 por uma maior 130 ou 150% , buscando um melhor rendimento em ventos fracos.

 

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Mas depois de estudar um pouco e buscar a opinião de especialistas como o próprio projetista do barco, o conhecido Cabinho (Roberto Barros), os especialistas da veleria Olympic Sails que confeccionou todas as velas do Bepaluhê. e também um guru das velas, o Arnaldo Andrade da veleria Cognac,  descobri que estava equivocado pois abrindo as minhas duas velas de proa eu terei uma área vélica superior a uma genoa 150%.

Foi só aí que eu entendi realmente a diferença entre a armação em "sloop" ou "cutter" e que a minha stay sail não servia somente para reduzr a área vélica em situações de ventos fortes, mas também, e principalmente, para aumentar a área vélica em situações de ventos fracos. 

 

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Com este pensamento, recentemente voltei a abrir as duas velas de proa e realmente concluí, na prática, aquilo que a teoria já falava,  com as três velas abertas eu ganhei quase 1 nó de velocidade.

Que delícia!! Finalmente eu descobria qual a função daquelas duas velas de proa, e também deixava de querer uma genoa maior para os ventos fracos.

 

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Outro ponto importante, que fui administrando aos poucos, foi a questão da dificuldade de cambar com a genoa na armação em "cutter" pois a vela precisa passar entre os dois estais de proa para depois ser caçada no outro bordo. No começo eu achava isto meio trabalhoso e ficava pensando em arrancar aquele estai de dentro (o da staysail) , mas agora, com mais prática e usando as duas velas abertas, ganho força na cambada com a staysail aberta, enrolo a genoa um pouco, caço a vela a sotavento, e assim que cruzamos o vento e volto a abri-la rapidamente. 

É claro que isto não é uma babada de se fazer, e muito menos prático para regatas, mas como este não é nosso objetivo, e as cambadas em cruzeiro são menos frequentes que em regata, da para fazer numa boa, até mesmo sozinho, se necessário. Coloco o piloto automático para fazer a cambada e controlo as velas tranquilamente com as duas mãos livres. 

 

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Resta somente ver o comportamento desta armação em orça e também em ventos mais folgados. Parece ser que em orça folgada e também no través, as velas duplas renderiam mais que uma genoa grande, já na orça mais apertada é possível que a genoa roube o vento e "estrangule" a stay sail. 

 

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É pessoal, são muitos detalhes para se estudar e conseguir tirar o máximo do barco em cada situação. Eu confesso estar muito feliz com os novos conhecimentos e também com as escolhas de armação e mastreação feitas em projeto e ratificadas por mim durante a construção. 

 

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É por isto que eu falo: vou com as três!!

E não é que enroladinhas elas também ficam charmosas.

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Agora é só esperar a próxima velejada para abrir a gennaker e ver como andamos!!

 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

POP Alu 32 em construção

Caros amigos,

hoje é um dia de muita alegria a todos que apreciam a construção amadora de barcos e mais ainda, daqueles que escolheram o alumínio como matéria prima para as paredes de seu sonho.

As paredes de meu sonho são de alumínio, ele se chama Bepaluhê, e é nele que temos vivido grandes e deliciosos momentos familiares e o início de muitas aventuras náuticas.

Mas não é do meu sonho que eu quero falar, hoje me permiti falar do seu sonho...
aquele ainda inominado, aquele escondido no fundo do pensamento de todo homem do mar: o barco dos seus sonhos!!

Tenho certeza que este novo modelo de veleiro lançado pelo escritório do Cabinho (Roberto Barros Yacht Design), o POP Alu 32, pode vir a ser o barco dos sonhos de muitos amigos, e é por esta razão que hoje resolvi abrir este espaço aos sonhos dos meus amigos presentes e futuros e contar-lhes que já está em construção o primeiro casco deste lindo projeto.

Roberto Barros Yacht Design


Gostou?? Então clique aqui e veja detalhes da construção do POP Alu 32 pela Ilha Sul Construções Náuticas.

Bons Ventos a todos e até depois do Encontro da ABVC no Bracuhí

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Umá Páscoa Mágica

Após uma viagem um pouco cansativa acabamos chegando a Paraty já na noite da quinta feira. Arrumamos tudo no barco e fomos dormir cedo.

O dia seguinte, a 6a feira da Paixão, amanheceu tranqüilo, com muita gente se arrumando e seguindo logo seus rumos.

Aproveitamos o dia para relaxar e curtir um pouco a natureza.  Fomos velejando bem suave, só de genoa, até o saco Jurumirim e ancoramos perto das boias que limitam a área dos banhistas.

Aliás, grande iniciativa esta do Amir Klink, acho que mais gente deveria fazer isto, assim as praias ficarão mais limpas e livres para caminhar e para os banhistas.

Fato interessante observamos naquele dia , um duelo de titãs!! Já passava do meio dia, sol a pino, Zênite queimando ovo na areia, e os dois gladiadores se enfrentavam sem medo: a esquerda o gato malhado… e a direita, ahhhhh, o siri fantasma.

 

 

Quem vocês acham que ganhou??

 

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Ganhou foi a natureza, após alguns minutos de enfrentamento visual, o gato atacando e o siri se defendendo com suas presas afiadas, a luta terminou empatada.

O gato deitou-se e seguiu fitando seu adversário que lentamente foi se afastando do inimigo.

 

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O dia valeu pois ancoramos e desembarcamos em um lugar histórico, que tem tudo a ver com a navegação de cruzeiro no Brasil, e mais ainda, com a nossa história e a construção do Bepaluhê.

Uma prainha linda, com sua casa histórica e um mar vivo, coma natureza exuberante e peixes nadando ao nosso lado.

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No dia seguinte, tínhamos um encontro marcado na Cotia, o Churrasco de Páscoa da ABVC. Tomamos um cafezinho preto e saímos também sem pressa. Levamos quase 3 horas para cumprir a derrota até a Cotia. Colocamos todo o pano em cima: genoa, staysail e mestra.

Vento NE/E : 5-8 kt rajadas de 10 kt pouco frequentes. SOG: 3-5 kt com todos os panos.

E claro, as vezes quando o vento minguava, entrava o japa 54hp na jogada para garantir 4-5 kt de SOG, enfim, a fome estava chegando.

Foi uma diversão, pela primeira vez senti o barco andando bem, só na vela, levemente adernado, mas ainda confortável. Fiquei trimando as velas por horas, conhecendo um pouco mais do nosso Bepaluhê. O comportamento mais uma vez foi muito fácil, comando acessíveis, de fácil manuseio, enroladores leves. Só faltou risar a mestra, mas com aquele ventinho não valia a pena a brincadeira.

Quando passamos a Ilha do Catimbau e fomos margeando a Ilha do Algodão o vento parou de vez e tivemos que seguir a motor.

Na Ilha da Cotia a ancoragem já estava cheia, demonstrando que a festa seria das boas.

A maré era de lua e estava bem cheia, ancoramos mais longe da prainha, que a esta altura já não existia e fora tomada pela maré, checamos a posição de nosso barco, colocamos o  motor no bote, carregamos toda a tralha de churrasco e os brinquedos da Helô e seguimos para a praia.

 

Já na Ilha da Cotia fomos recebidos por uma calorosa comissão de frente, com as anfitriãs Regina e Léo cuidando da organização e o Eduardo Schwery, e mais um monte de amigos, cuidando do churrasco.

 

O coelhinho da Páscoa recebu as crianças de forma carinhosa e logo o parquinho de diversões foi montado ali mesmo, ao lado da churrasqueira.

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As "anfitriãs" Regina (RegWell) e Léo (Horus) e a sempre educada e disposta Helena (Tangata Manu), vestida a caráter, preparavam os crachás e organizavam a brincadeira.

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No meio da bagunça encontramos estes dois coelhos perdidos: coelho pai e coelhinha filha!!!

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Comandante Eduardo no controle da churrasqueira

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No outro dia … tal como cachorros magros, acordamos bem cedo, levantamos âncora e seguimos o rumo de volta para a marina. Ao longe, seguíamos o Tangata Manu e apreciávamos a beleza daquele amanhecer e da natureza abençoada por Deus … um momento mágico.

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Para garantir a segurança da embarcação e a transmissão dos conhecimentos de pai para filhos, a pequena Helô já está aprendendo lentamente as artes da navegação

 

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O resumo da Páscoa: precisa dizer algo??!!

Show de bola!!

 

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