20.6.11 – Navegamos por várias horas de forma tranquila, com pouco vento e águas calmas. Passamos pela Ponta Grossa, Ilha Chico Manuel e alcançamos o Farol da Itapuâ ainda de dia e, apesar do tempo encoberto, pude ver a beleza da região.
O vento não colaborava muito e fizemos todo este trecho só no motor, mantendo média de SOG=7,5 kt.
Ao cair da noite já havíamos vencido as boias e redes do rio Guaíba e entram os na imensidão da Lagoa dos Patos, o vento já entrava na nossa cara e a chuva pegava firme com muitos trovões e relâmpagos. Uma excelente prova para este marinheiro junior.
Nosso comandante, Paulo Mordente, estava tranquilo, ditando o ritmo da travessia e orientado os rumos e wpts. Fizemos um lanche rápido com pizza e refri e seguimos viagem com o Jarbas (nosso piloto automático) controlando bem o barco. As ondas cresceram e o Bepaluhê seguia seu rumo firme, cortando as ondas de forma tranquila e mostrando assim sua genética cruzeirista e seu casco bem estruturado e resistente.
21.6.11 - Foram 12 horas de pauleira e pancadaria, mas por volta das 5-6 horas o tempo acalmou e nós já estavamos na boca do canal da feitoria. Reduzimos o ritmo e ficamos esperando o dia clarear para entrar no canal. Com o auxílio do radar e do AIS observamos 3 navios acorados poucas milhas a nossa frente e também aguardando a luz do dia para entrar no canal.
Por volta das 7 horas o dia já estava claro e todos tomaram seu rumo em direção ao canal. Seguindo a experiência do Paulo Mordente, esperamos os navios entrarem, pois eles são mais rápidos, e não é muito agradável ter que ir para o lado e deixá-los passar no meio de um canal estreito.
A seguir, fizemos outra malandragem, deixamos um navio da empresa Trevo entrar na nossa frente e fomos seguindo seu rumo, bem na sua esteira, o que facilitou muito nossa navegação pois não tivemos que ficar checando wpts e rumo a todo momento. Bastou seguir a esteira do Trevo Roxo.
O sol já raiava, esquentando um pouco aquela manha fria. As gaivotas voavam ao nosso redor, criando um lindo balé no ar. Tomamos um bom café e seguimos o rumo serpiginoso do canal da Feitoria.
Por volta da uma da tarde, já avisavamos ao longe a cidade de Rio Grande e a grande quantidade de navios presentes naquela região.
Fomos ao posto abastecer os tanques do Bepaluhê com combustível e seguimos direto para o Iate Clube de Rio Grande. Ao chegar lá escutei um grito “Bepaluhê, Bepaluhê”, “Paulo, Paulo”, eram os amigos Luis Manuel e Marli, do veleiro GreenNomad, que nos esperavam no pier. O Paulo Mordente atracou brilhantemente o Bepaluhê em uma vaga justinha, jogamos as amarras aos amigos que nos esperavam, posicionamos as defensas e pulamos em terra para comemorar a chegada e a bela navegada que fizeramos.
Almoçamos ali mesmo no clube e fomos até o centro para fazer algumas compras para reabastecer nossa geladeira. No caminho passamos pela linda Igreja de São Pedro, aproveitei a oportunidade para sentar, refletir e agradecer a Deus por todas as bençãos e por ter nos guiado até aqui com saúde.
A primeira fase da travessia estava cumprida!!
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Bons ventos!!